Por que as mulheres são mais propensas ao vício em crack?
O vício em crack por mulheres é bem maior em comparação com o público masculino, isso favorece a violência e expõe a mulher ainda mais, deixando-a cada vez mais fragilizada em meio ao caos da dependência química. Assim, mesmo com uma quantidade maior de dependentes químicos do gênero masculino, as mulheres que se tornam usuárias são as que sofrem maiores consequências da adição.
Saiba porque as mulheres da cracolândia tem suas vidas tomadas pela droga e como o tratamento para o público feminino necessita ser diferenciado pelas unidades de terapia intensiva. Por isso, com o Instituto Rosa de Saron nesta matéria exclusiva, você pode conhecer sobre a devastação das drogas pelas usuárias.
O crack é devastador
O crack assim como a merla, tem o mesmo princípio ativo da cocaína já que é produzido a partir da pasta base em composto com soda cáustica e bicarbonato de sódio. Contudo, como não é aspirado mas fumado, chega instantaneamente ao cérebro e tem um efeito potencializado e com pouca duração. Enquanto a cocaína em pó tem duração no organismo de 20 a 45 minutos, o crack tem ação de 3 a 5 minutos.
Logo após fumar pedras de crack o usuário tem uma sensação de prazer como algo jamais visto, algo em torno de dez mil vezes o orgasmo. Assim a euforia e sensação de poder se instalam e quando passam, fazem com que o usuário volte a usar mais uma dose. Porém a tolerância natural do organismo faz com que a pessoa reincida mais vezes no uso, tornando-a dependente rapidamente.
À medida que as doses aumentam, o usuário assume um comportamento violento e perde o interesse pela vida. Sempre irritado, tem tremores e atitudes estranhas na ausência e no uso intenso da droga, como a paranóia por exemplo. O crack é capaz de aumentar as pupilas rapidamente, o que prejudica a visão ao longo do seu uso. A pressão arterial aliada a dor no peito e contrações musculares podem levar o indivíduo a quadros convulsivos e, em alguns casos, coma. Contudo, dificilmente uma pessoa chega a morrer de overdose de crack, mas os índices de pessoas assassinadas no país em decorrência da violência do crack é expressivo e considerável. Assim, onde há crack há miséria moral, roubos, assassinatos, furtos e IST’s.
Cracolândia em SP
Tudo começou em 1990 na região da Luz quando um conjunto de usuários e traficantes se reuniram no local, nesta época houve a primeira apreensão da droga noticiada em junho do mesmo ano. A PM da zona leste prendeu uma pessoa que portava 220 gramas da droga, o crack.
Naquela época o terminal da Luz estava desativado o que favoreceu o acúmulo de moradores de rua na região em meio a usuários e traficantes. Mas foi só em 1995 que o termo Cracolândia surgiu em uma reportagem do Estado de SP. Ao passo que a cidade de São Paulo ia se reformulando, a cracolândia também. Em 2017 após uma gigantesca operação da PM a mesma começou a migrar e em 2022 nunca esteve tão em alta.
Na última semana, sem ponto definido, a cracolândia saiu da praça princesa Isabel passando pela rua Gusmões, onde mais uma vez houve confronto, violência e operações. Até que ao invadir a rua Santa Ifigênia, deixou moradores locais assustados com a onda de criminalidade e violência.
Mulheres da cracolândia
A quantidade de dependentes químicos é elevada no público masculino mas o vício em crack por mulheres é superior em comparação com os homens. A matéria do G1 na série da EPTV aponta um estudo que revela pacientes do gênero feminino usam em média 21 pedras de crack por dia, quantidade bem maior em comparação ao gênero oposto.
A dependência química é uma doença que atinge em sua grande maioria indivíduos emocionalmente fragilizados e as taxas de vício em crack surpreende os especialistas, já que as mulheres têm taxas de 74% de dependência enquanto os homens de 29%.
Por mais que a quantidade de homens seja maior na cracolândia, o vício é maior entre as mulheres. O estado de SP realizou uma pesquisa onde o resultado foi que as mulheres usam quase duas vezes mais pedras de crack que os homens, sendo 21 por dia em detrimento das 13 do gênero masculino. A Unifesp pesquisou 131 usuárias de crack durante 12 anos e apontou que 60% delas foram assassinadas, o que revela dados de que a violência entre esse público também é superior.
Mulheres se tornam dependentes e são mais frágeis
A psicóloga Laura Fracasso cita que o ambiente que permeia os usuários de crack são extremos e pessoas do gênero feminino que já são consideradas frágeis na sociedade em que vivemos ficam ainda mais expostas. Com o vício em crack por mulheres superior aos homens as chances delas se exporem à riscos e sofrerem dessas consequências são infinitamente maiores em comparação com os usuários homens.
Edneia Silva Sene, mãe de oito filhos, perdeu tudo por conta da dependência do crack, inclusive a saúde física, mental e autoestima. Ela cita na matéria que “um cachorro tem mais valor do que eu. A dependência é mais forte que a gente, quando fico sem eu fico doente.”
A reabilitação feminina é diferente da masculina?
Apesar da doença ser a mesma e ter CID em comum e as mulheres terem o vício em crack superior em comparação aos homens, parte do tratamento é similar, mas a recuperação da doença necessita ser diferenciada. A pesquisa da USP sugere que a dependência química deve ser analisada como um recorte de gênero. Diferenças fisiológicas e sociais de consumo de entorpecentes de cada gênero demandam análises distintas de dependência e consequentemente de tratamento.
Se a mulher se fragiliza emocionalmente e está suscetível a mais riscos que os homens, o tratamento deve ser realizado de acordo com suas demandas. Por conta disso, há uma necessidade de quando a mulher entra em recurso terapêutico intensivo, ela tenha os cuidados necessários que atendam seus requisitos físicos e psicológicos.
Rosa de Saron: referência em reabilitação feminina
Independentemente se vício em crack por mulheres é superior aos homens, a recuperação tem nome na grande São Paulo. O Instituto Rosa de Saron é uma clínica feminina para o tratamento de alcoolismo e dependência química com os melhores profissionais na realização do recurso terapêutico com máxima eficiência, deste modo que a mulher pode ter cuidados na saúde mental e física.
Com uma equipe constituída por nutricionista, psicólogos, terapeutas ocupacionais e médico psiquiatra conveniado que ao longo do processo terapêutico resgatam a individualidade e a capacidade de lidar com a vida. Ao final do tratamento a paciente irá aprender que a pessoa mais importante de sua vida é ela mesma, confira.
Quer saber mais sobre o Instituto? ? https://www.institutorosadesaron.com.br/